Conheça o Comitê Racial Fashion Revolution

By Fashion Revolution

4 years ago

Em nossa jornada antirracista, compreendemos a necessidade de articular ações e grupos direcionados para a pauta e agenda racial na moda. Surgiu então o Comitê Racial Fashion Revolution, composto por pessoas da nossa rede de norte a sul do Brasil. Viviana Santiago, especialista em gênero e raça, orientou a criação do espaço e destaca como “implantar um comitê de raça possibilita que o Fashion Revolution Brasil seja sempre lembrado da urgência importância e inegociabilidade da questão racial para a promoção de uma revolução na moda.”

As relações entre moda e raça são muitas. Taya Nicaccio, integrante do Comitê, destaca que elas ocorrem muito por meio do racismo, estrutura dominante das relações sociais. “Raça e moda sempre caminharam lado a lado, sob um olhar padronizado que intenciona o eurocentrismo, sendo esse, um dos principais motivos para não vermos pessoas negras e povos originários sendo apresentados como autores de suas próprias narrativas e referências nos espaços pertencentes a moda”, aponta. 

O Comitê é um fórum consultivo do Fashion Revolution Brasil que estrutura-se em torno de espaços de estudo, ação e fortalecimento de capacidades dos participantes para a transversalização da equidade racial. As ações do comitê incluem – mas não se restringem – a ações e campanhas internas para aumentar o engajamento na agenda antirracista, promover relações etnicorraciais saudáveis e fortalecer a constituição da imagem do Fashion Revolution Brasil enquanto organização antirracista.

Sua composição inicial é de representantes, estudantes embaixadores e colaboradores(as) de nossa rede. Conheça quem faz parte e entenda a importância de espaços como esse:

Ana Fernanda, estilista, representante Fashion Revolution em Salvador (BA)

Não dá pra acreditar em uma moda diferente, melhor para o mundo, sem encarar a realidade do racismo na moda. Acho que essa é a importância número 1 do Comitê e por isso acho importante fazer parte dele.

@anafernandas

 

 

 

 

 

Rafael Silvério, designer de moda, colaborador do Fashion Revolution Brasil, São Paulo (SP)

Esperei muito o momento que pudesse ter voz para representar não só a mim mas toda uma ancestralidade que caminha comigo, eu sei que sou o sonho dos meus avós, e dos meus pais, finalmente começamos a vislumbrar um futuro que podemos nos projetar para o amanhã, de maneira real e não apenas dentro da ficção científica. Muito temos a fazer, mas mesmo cansado, fica meu otimismo que o chamado seja real, e que possamos debater e atuar a finco os espaços de pertencimentos e interação com as questões de raça. Pois diminuir a desigualdade social é também sustentabilidade

@silveeerio

 

Taya Nicaccio, estudante, estagiária do Fashion Revolution Brasil, São Paulo (SP)

Reverberar transformações e construir uma moda antirracista – justa e humana para todos – não só no mercado de trabalho, mas dentro das instituições de ensino também! Dizem por aí que os jovens vão mudar e revolucionar o mundo, eu quero fazer parte disso e, talvez o meu principal papel seja dentro dos espaços pertencentes a moda – que ainda são excludentes e elitistas – como estudante de moda quero fazer parte e ver essa mudança sistêmica de fato acontecer e ser adepta. Essa é a importância de abordar questões raciais na moda e fazer parte do Comitê Racial Fashion Revolution, aprender, estudar e poder trocar experiências e vivências com outras pessoas para a partir daí construirmos juntos novas narrativas, com o principal objetivo de criar conexão com assertividade e engajamento antirracista no direcionamento do discurso político e racial dentro dos espaços pertencentes a moda. @tayanicaccio

 

Bárbara Poerner Pereira, redatora no Fashion Revolution Brasil, São Paulo (SP)

Espaços de construção antirracista são fundamentais – não opcionais. Construir uma revolução na moda sem pautar raça (e outras intersecções como gênero e classe) é permitir que tudo se desmanche no ar. Por isso, o Comitê Racial é um lugar de desenvolvimento e acolhimento necessário para o Fashion Revolution, que deve sempre pautar sua agenda com políticas antirracistas sólidas. 

@barbarapoerner

 

 

 

 

Marília Tavares, designer de moda e professora de modelagem do vestuário, corte e costura, representante do Fashion Revolution em Uberlândia (MG)

A percepção que eu tenho é que essas “relações” desvairadas entre moda e raça precisam passar pelos mesmos processos de “cura” que muitas pessoas vêm se dedicando nos últimos anos através de uma terapia alternativa muito difundida, a “constelação sistêmica”. De forma bem resumida, o objetivo chave dessa terapia é remediar as relações entre todas essas problemáticas atuais provenientes de problemáticas anteriores não resolvidas. E toda essa movimentação de grupos/comitês formados para abordar questões raciais na moda é uma questão de urgência. Estamos em 2020. Faz tempo que já deu tempo disso que a gente chama de revolução sistêmica virar realidade. @marilia.ta

 

Nathália de Mattos, Designer de Moda, voluntária do Fashion Revolution Porto Alegre (RS)

Quando falamos sobre moda e raça fica nítido a estrutura social e o ambiente onde a equidade racial e a diversidade estão muito longe do ideal. A importância de espaços como o Comitê Fashion Revolution nos permite abrir discussões, debates, estudos e novas formas de equivalência racial, promovendo um ambiente de fortalecimento que visa colocar em prática ações antirracistas dentro de todos os espaços que permeiam a moda.

@natdmattos

 

 

Isadora Dourado, designer de moda, representante do Fashion Revolution emJoinville (SC)

Debates que abordam as questões de raça são importantes para ajudar na mudança dessa relação, dando mais dignidade, visibilidade e possibilidade de crescimento pessoal e coletivo de classes menos visibilizadas. Sendo um movimento com tanto alcance e credibilidade como o Fashion Revolution, a existência desse Comitê legitima mais uma vez a importância desse debate em todas as instâncias.

@isadoradourados

 

 

Mauro Almeida, estudante embaixador em Fortaleza (CE)

Cresci acreditando que desigualdade não existia, por que eu fui criado em um ambiente que não tinha preconceito, seja por cor, sexo e etc. Cresci, vim pro mundo e vi que existem grandes batalhas e dificuldades, coisas que realmente precisam de uma atenção, precisam ser freadas, que em pleno século XXI já não tem mais cabimento.
Eu me sinto muito feliz por participar desse Comitê e dar lugar de fala pra outrxs pessoas. O racismo no Brasil e no mundo existe e é cruel, e só vai acabar quando você entender o seu papel no sociedade, ver que ninguém é melhor que ninguém, ver que precisamos da lugar de fala para pessoas que já foram caladxs por muito tempo.

@modacommauro

Debora Idalgo Marques, mestre em Design, professora universitária e integrante do Comitê Fórum Fashion Revolution em Porto Alegre (POA)

Sendo o racismo estrutural e estruturante, ter um comitê que aborde tal assunto no contexto da moda é extremamente importante. É impossível falar em sustentabilidade, de forma séria, sem falar em justiça; não se pode falar em justiça sem falar em equidade de gênero, raça e classe sócio econômica.

 

@deboraidalgo79

 

 

Vita Santiago, mestre em saúde mendal, terapeuta e ativista dos direitos humanos com

foco na população negra (Texas-EUA)

Ser membra do Comitê traz uma energia de renovação e alegria pela possibilidade de estar na luta por justica racial, através da desconstrução de desigualdades e estereótipos, do questionamento de privilégios e ordens estabelecidas, e pela celebração da criatividade das identidades negras.

É realmente ver a moda como caminho de revolução.

@vi.e.vita

 

 

Matheus Solem, estudante embaixador no IFSul de Minas (MG)

Para mim o Comitê Racial Fashion Revolution é de extrema importância pois o Racismo e a Moda caminham juntos, como todo o sistema social. Sendo assim, se aliar e lutar contra o status hegemônico branco, descolonizando a moda, promovendo os saberes plurais e visibilizando os corpos étnicos-raciais marginalizados, será o caminho para a moda ser verdadeiramente diversa e igualitária se tratando das relações raciais.

@matheussolem

 

 

 

Para Santiago, “essas mulheres e homens, que decidem utilizar seu tempo para também apoiar a construção de uma cultura de acolhida da diversidade racial, em busca de apoiar o Fashion Revolution a aprimorar processos e práticas para priorizar e refletir o compromisso com a questão racial, seguramente farão diferença não apenas no Fashion Revolution Brasil, mas o universo da moda como um todo.” 

Acompanhe as pessoas que integram o Comitê e nossa jornada antirracista para revolucionar a moda: @fash_rev_brasil. Dúvidas, sugestões e troca de ideias podem ser enviadas para frd.comunicacao4@gmail.com.