A revolução da moda será coletiva, ou não será

By Fashion Revolution

4 years ago

O Fashion Revolution existe por causa de pessoas engajadas que promovem ações em todo o mundo. A rede é composta por profissionais de todas as áreas da indústria da moda que assumiram voluntariamente papéis e responsabilidades associados à posição de liderar o movimento em muitos países. 

E por que isso é tão importante? A moda precisa de uma revolução. Então, buscar organizar-se com movimentos que acredita, mobilizar grupos para se engajar em causas socioambientais e praticar no cotidiano o conhecimento e aprendizado que acumulamos são passos importantes na trajetória de revolução da moda – o que não é tarefa simples, mas muito necessária. 

Fashion Revolution no mundo ⠀

Sob a pergunta #QuemFezMinhasRoupas, em 7 anos de história firmamos presença em mais de 100 países, com mais de 230 estudantes embaixadores e trabalhando com mais de 500 organizações parceiras, também promovendo atuações com políticos e ativistas. O ambiente digital possibilita uma rede que soma mais de 750 mil seguidores em todo o mundo.

Na América Latina, além de no Brasil, o Fashion Revolution também atua na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia,Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

Fashion Revolution no Brasil⠀

Foi em 2014 que o Fashion Revolution desembarcou no Brasil, junto de Fernanda Simon, diretora executiva da organização. Desde então, o movimento passou a articular projetos e ações, e em 2018 tornou-se instituto, com voluntários e outros parceiros interessados na causa de uma moda ética, justa e transparente. 

“Eu comecei o movimento no Facebook e com uma página no Twitter; comecei a escrever para as pessoas que conhecia, inclusive marcas, convidando para participar e fazer parte de alguma forma, trazer para perto, porque desde lá eu acredito que o Fashion Revolution é uma plataforma de encontros e fortalecimento de pessoas que fazem moda de forma transparente, ética e responsável; algo para conectar essas pessoas”, conta Fernanda.

Em 2020 o movimento está presente nas 5 regiões geográficas do país na figura de voluntários representantes, estudantes, docentes e também de muitos entusiastas, além da presença digital que impacta cerca de 150 mil pessoas periodicamente por meio de múltiplos canais de comunicação.

As diferentes funções dentro do movimento no Brasil

Representantes locais: são porta-voz do movimento em sua cidade e rede de atuação. São eles os responsáveis por espalhar a conscientização e informação sobre as pautas do Fashion Revolution, como sustentabilidade, direitos humanos e justiça social, identificar oportunidades de relacionamento com atores locais e articular ações, eventos e outras atividades. Em 2020, somam mais de 60 pessoas em 22 estados do Brasil.

Estudantes embaixadores: representam o movimento dentro de suas instituições de ensino (escolas, faculdades, cursos técnicos, etc.). Eles são responsáveis por estimular o diálogo e conscientização sobre a indústria da moda nestes espaços por meio de ações colaborativas, promovendo atividades entre a comunidade acadêmica; também fazem o projeto “Bandeira de Retalhos”, que rememora o 24 de abril durante a Semana Fashion Revolution. Em 2020, somam 68 estudantes em 18 estados do país.

Docentes embaixadores: são estimuladores do pensamento crítico dentro de sala de aula. São eles os responsáveis por aplicar atividades a partir dos materiais produzidos pela instituição ao longo dos anos. Também são encarregados de promover ações e eventos durante a Semana Fashion Revolution. Em 2020, somam 170 docentes embaixadores em 170 instituições de ensino no Brasil.

Voluntários: são aqueles que fazem parte das equipes locais junto dos representantes, estudantes e docentes embaixadores, e de outras ações pontuais do Fashion Revolution no Brasil, amparando o movimento ativista e ajudando a disseminar informações de conscientização e mudança sobre a indústria da moda.  Desde 2014, já passaram pelas ações promovidas pelo Fashion Revolution Brasil milhares de  voluntários.

Entusiastas: são todos aqueles que se engajam em prol de mudanças na indústria da moda; são todos os revolucionários que buscam mudanças de comportamento, produção e pensamento; são as pessoas que compartilham dos ideias de justiça social, ética e transparência do Fashion Revolution; são nossos apoiadores, seguidores e participantes; são você!

De 2014 para 2020, a Semana Fashion Revolution – projeto que marcou o início da atividade do movimento – passou de 54 eventos presenciais em 2016, para 815 em 2019; e de 30 atividades educacionais nas instituições em 2016, para 547 em 2019. Em 2020, com atividades digitais em decorrência da pandemia de covid-19, ocorreram ações com impacto em mais de 170 mil pessoas em rede.  

O que mudou desde então?

Após tanto tempo, indústria da moda finalmente parece despertar para questões socioambientais e a compreender a interseccionalidade do assunto. Afinal, não deveria existir a “moda” e a “moda sustentável”. A moda que deveria existir é apenas aquela que considera as pessoas e o planeta acima do lucro, como já pontuou Carry Somers, fundadora do Fashion Revolution.

Em 2019, unindo a potência do ativismo digital, mais de 2,5 milhões pessoas ao redor do mundo questionaram “quem fez minhas roupas”, e todo ano o movimento cresce para diferentes regiões do país, com voluntários em diversas cidades, escolas e faculdades. Adentrar esses espaços possibilita a criação de novos negócios, projetos e narrativas alinhadas com a sustentabilidade na moda.  

Desde 2014, circunstâncias foram melhoradas, e mais de 1.300 fábricas foram inspecionadas em Bangladesh. No Brasil, o Índice de Transparência da Moda aponta como  uma alavanca para mais transparência na cadeia produtiva de grandes varejistas; as 20 marcas analisadas em ambas as edições do Índice [2018 e 2019] revelaram um crescimento médio de 39% em seus níveis de transparência de um ano para o outro. Embora transparência não signifique, necessariamente, sustentabilidade, o Índice tem sido usado como motivador para grandes marcas revelarem mais sobre seus processos e cadeia produtiva publicamente, o que ajuda a enxergar o que deve ser mudado ou melhorado. 

Além disso, com ações o Fashion Revolution cria conexões que possibilitam mobilizar pessoas enquanto cidadãs e não apenas consumidoras. Pode ser por meio da produção de conteúdos, cobrando respostas, exigindo transparência real e efetiva ou fomentando um senso crítico – não só na hora de comprar e produzir, mas também na forma de pensar, comunicar e criar moda.