29 de julho: Dia de Sobrecarga da Terra

By Fashion Revolution

5 years ago

Desde os anos 70 estamos em dívida com nosso planeta. O Dia de Sobrecarga da Terra é estimado pela Global Footprint Network, uma instituição internacional de pesquisa, e prevê anualmente quando vamos esgotar os recursos naturais que a Terra é capaz de regenerar, através das nossas demandas de extração, produção e consumo.

Todo ano a data é apontada mais cedo e se baseia no cálculo da pegada ecológica, que mede quais os impactos humanos sob o ecossistema terrestre. Podemos ver as consequências desse esgotamento de diversas formas: perda da biodiversidade, poluição do ar e solo e escassez de água doce.

A moda tem grandes contribuições no adiantamento dessa data, através da:

  • Utilização de recursos hídricos e terrenos: desde o início da sua cadeia, a moda utiliza a água na plantação de algodão, tingimentos de fios e tecidos, beneficiamentos. Além disso, também ocupa extensões enormes de terra para plantios e detém processos invasivos na extração de fibras químicas provenientes do petróleo.

Imagens via satélite do Mar de Aral, localizado entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, que ficou com apenas 10% do seu volume original depois de ser usado para irrigação, incluindo a de algodão.

 

  • Poluição ambiental: toda essa demanda de recursos gera desmatamentos e gera impactos negativos; um dos principais exemplos são os resíduos sólidos gerados nos processos de produção, confecção e fim de vida útil de uma peça.

Montanha de resíduos têxteis gerada em apenas uma semana, por uma única empresa de vestuário.

 

         • Exploração da mão de obra: além da exploração ambiental, a indústria da moda ainda submete seus trabalhadores a mão de obra análoga à escravidão, com jornadas exaustivas e insalubres, provocando sérios danos sociais.

Crianças ainda são exploradas na cadeia da moda.

 

Diante disso, a moda tem grande responsabilidade em repensar seus modelos de negócio e cadeia de valor, contribuindo para uma regeneração e preservação do Planeta. Projetar novas metodologias, como utilizar as ferramentas da economia circular, a agricultura de orgânicos, a conscientização sobre a produção e diferentes formas de acesso e consumo são alguns caminhos que precisamos traçar para não sobrecarregar e usurpar nossa própria casa. 

 

Por Bárbara Poerner

Comunicação Fashion Revolution Brasil